segunda-feira, 22 de abril de 2013

A Crise dos Sete Anos

Para muitos, iniciar-se no candomblé já é difícil, mas nada comparado a obrigação de Sete Anos e quando falo de dificuldade, não é a financeira, mas a psicológica, são tantas dúvidas que surgem, sem falar do medo das novas responsabilidades e de não conseguir corresponder as expectativas é aí que surge a famosa "Crise dos Sete Anos".


Eu passei por isso e vejo muita gente passando por esse mesmo dilema. A coisa fica ainda mais difícil quando você, no período de yawò, passou por várias casas e não conseguiu absorver conhecimento, não aquele “saber” dos livros e da internet, mas sim o da vivência, que só se ganha no dia dia. Ou então, tomou as obrigações na mesma casa, mas não se dedicou ao aprendizado. Eu já vi isso acontecer algumas vezes e na grande maioria dos casos, o filho acaba saindo da casa após tomar seu odú ijè, onde ele se aproveita de qualquer desculpa, para deixar de assumir que não sabe qual seu lugar na casa e no axé, depois de se tornar um egbomi.

Nunca se é tarde para aprender e buscar o Orixá, o fato de se tornar um egbomi não quer dizer que não terá mais tempo de aprender, ao contrário, é nesse momento que essa vivência precisa ser recuperada. Uma casa de axé de verdade está sempre de braços abertos aqueles que queiram adquirir o conhecimento, obviamente que a transmissão desse saber, depende do seu interesse, onde precisamos respeitar as etapas, é preciso aprender a fazer o acaçá, para depois aprender a fazer um santo.

Não desista de você mesmo nem do seu Orixá!

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Sobre abikú

 Salve, salve leitores do Terra dos Orixás, a muito tempo eu não escrevia, mas decidi voltar a dividir o meu cotidiano e pesquisas com vocês...